A escassez hídrica é um problema cada vez mais recorrente em todo o mundo. No Brasil, não é diferente. Se você é um pequeno empresário, provavelmente sabe como é importante a água para diversos processos em sua empresa. Mas, e se sua cidade entrar em racionamento e escassez hídrica? Como você conseguirá continuar seu trabalho sem o acesso adequado à água?
Além disso, as mudanças climáticas têm gerado impactos financeiros significativos para pequenos e médios empreendedores. Com a elevação dos custos de energia devido à mudança das bandeiras tarifárias, é fundamental considerar a segurança hídrica e os impactos financeiros das mudanças climáticas para estes empreendedores. Afinal, eles são responsáveis pela geração de grande parte das riquezas e empregos no Brasil.
Atualmente, a ANEEL define as bandeiras tarifárias de acordo com o custo de geração de energia elétrica, que dentre os fatores que influenciam neste cálculo, temos as chuvas. Ou seja, em período de estiagem – com pouca chuva – há alterações nos valores das contas de energia pagas pelos pequenos empreendedores. Na “bandeira verde” não há acréscimo de valores, na “bandeira amarela” a fatura terá o acréscimo de R$0,02989/kWh consumido, na “bandeira vermelha I” o valor é de R$0,06500/kWh, na “bandeira vermelha II” o acréscimo é de R$0,09795/kWh e na “bandeira escassez hídrica”, utilizada até Abril/2022 em um momento de insegurança hídrica, este acréscimo foi de R$0,142/kWh.
Esta variação dos custos de energia dos empreendedores que dependem do fornecimento de energia pelo varejo (concessionárias de energia elétrica, sem contratos específicos) gera uma fragilidade do controle de custos dos negócios, considerando também que esta variação do preço da energia elétrica irá afetar seus consumidores, é um duplo impacto para os negócios: aumento de custos e diminuição de receitas – devido ao impacto no bolso dos clientes.
É essencial promover a eficiência do uso dos recursos naturais para esses empreendedores, traduzindo recomendações e ações como as indicadas pela TFCD – Task Force on Climate-Related Financial Disclosures e GRI – Global Report Initiative. Isso ajudará na diminuição dos custos de operação e na saúde financeira do empreendimento no curto prazo, além de consolidá-los no mercado no médio e longo prazo e auxiliar na diminuição de emissões de Gases de Efeito Estufa.
Existem diversas medidas que podem ser tomadas para promover a eficiência do uso dos recursos naturais, como a utilização de tecnologias mais modernas e sustentáveis, a adoção de práticas de gestão sustentável, a redução do desperdício de água e energia e o incentivo à reciclagem de resíduos.
Por exemplo, é possível investir em equipamentos que consomem menos água e energia, como máquinas de lavar roupas e louças mais eficientes, além de utilizar fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica. Também é importante implementar medidas de reuso de água, como a captação de água da chuva para utilização em processos que não exijam água potável.
Além disso, é fundamental que os empreendedores estejam conscientes sobre a importância da gestão sustentável e incentivem seus funcionários a adotar práticas sustentáveis em seus cotidianos. Essas medidas não só ajudam a reduzir o impacto ambiental da empresa, como também podem gerar economias significativas nos custos de operação.
Em resumo, a escassez hídrica e as mudanças climáticas têm gerado impactos significativos para pequenos e médios empreendedores no Brasil. Para garantir a segurança hídrica e financeira desses negócios, é fundamental promover a eficiência do uso dos recursos naturais por meio da adoção de práticas sustentáveis e investimentos em tecnologias mais modernas e eficientes.
Nota: Este texto foi produzido a partir da Live realizada em prol do Dia da Água em conjunto com a Eng Sabrina Correa da Mutação Sustentável, com o tema “Consciência da realidade do uso dos Recursos Hídricos”.